_ Ei! - coloquei minha mão sobre a dele impedindo de dar a partida.
_ O que foi? - disse ele confuso.
_ Não quero ir para casa. - desabafei. - Não quero voltar para lá ... Eu só... Droga! Esquece.
_Não fala ... Tem alguma coisa errada?
_ Não. - menti. Eu não queria voltar e ver Roger e Ashley ali. Sem Helga tudo se tornava mais difícil. Eu não queria entrar naquela casa ou até mesmo morar lá, eu só queria estar longe dali...
_ Vem para minha casa. - Jayke interrompeu meus pensamentos.
_ Mas e seus pais?
_ Quem disse que moro com meus pais?
_ Como assim?
_ Você ainda não sabe nada sobre mim! - ele deu um sorrisinho estranho e colocou os óculos escuro.
_ Lembra que eu disse que ele era sinistro? Quando eu disse me referia a isso. - disse Kevin apontando para Jayke.
_ Que viajem! - Léo respondeu para Kevin.
Pegamos a estrada e comecei a fuçar no porta-luvas em busca de algo interessante, coloquei a mão um pouco mais fundo até que achei um porta-cds. Folheei os plásticos que embalavam os Cds que aviam ali. Percebi que Jayke tinha visto minha artimanha.
_ Vocês só escutam rock. - Sorri para disfarçar aquele momento.
_ É só que são musicas velhas ... Você não deve curtir musica assim...
_ Você não sabe nada sobre mim! - Segurei um dos Cds mostrando para ele e coloquei para tocar. Eu reconhecia aquele som a quilômetros, era AeroSmith com uma musica anos 90.
_ Conhece?
_ O que você acha?
Neste momento o vocalista cantava bem alto "Living' On the Edge". Ninguém sabia disso mas, sempre quis ir em um show do AeroSmith. Meu pai eu sempre ouvimos bandas da época dele, ele me dizia que se ele pudesse ser qualquer coisa seria um baterista de uma banda, mas como não teve apoio de meus avós, deixou esse sonho partir. Dá para acreditar? Meu pai baterista de uma banda? Tá explicado de onde vem minha loucura.
Olhei para os garotos e eles viam a janela, as arvores passando e carros se movimentando em volta, era incrível o fato de estarmos ali e não se preocuparmos com nada. Comecei a cantar juntamente com a banda.
Quando me dei conta todos cantávamos em uma melodia melancólica. Era legal pensar que achei pessoas tão estranhas quanto eu. Abaixei a janela do carro e vi algumas crianças olhando do carro tentando entender o que se passava conosco. O sinal fica vermelho. Uma menininha de olhos azuis e cabelos encaracolados loiro, que nos olhava atentamente do carro perguntou:
_ Moço, vocês estão bem?
Eu não aguentei, virei a cara para o lado de Jayke e comecei a gargalhar. Jayke ficou meio sem jeito. E Léo respondeu em meio aos risos;
_ Estamos ótimos.
A mãe dela percebe a pergunta da filha e rapidamente começa a nos encara.
_ Ferrou! Léo te vejo no céu. - disse Jayke caçoando.
_ Filha quantas vezes já disse para falar com estranhos? - ela dizia advertindo a garota. - Por favor peço desculpas.
_ Ah, que é isso são crianças. - disse Léo.
O sinal abrirá agora e Jayke pisava fundo no acelerador, deixando mãe e filha para traz. Léo colocou a cabeça para fora da janela dizendo:
_ Adeus viva o rock 'n' roll.
_ Ninguém merece.
_Que vergonha! - zuei dele.
Começamos a rir sem para novamente. Ao virar numa esquina Jayke começou a me encarar incansavelmente.
_ Mel, estou feliz de você estar aqui com a gente.
_ Também estou feliz. - disse ele com um sorriso.
_ Olha só não repara na nossa casa, pois ela é simples em comparação a sua.
_ Você acha que eu reparo isso? Casa nenhuma me da isso aqui.
_O Que?
_ A amizade que temos juntos. - Ai meu Deus não acredito que disse isso. Minha bochecha está corando, e meu coração está batendo rápido demais. Léo e Kevin me olhavam para nós com um ar de desconfiança.
_ Legal.
_ Legal.
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