Entramos portão adentro e para minha grande surpresa. Cachorros! Mas não era do tipo preto e malvado como da mansão de Roger, eram cachorros até bonzinhos.
- Ecá … - Retiro meu pensamento.
- O que foi? - disse Kevin.
- Levei uma lambida de cachorro!
- Se acostuma! Eles fazem isso direto… mas isso significa que eles gostam de você.
- E qual o nome deles? - falei meio entusiasmada.
- O branco e peludo é o Bill.
- E o outro? Aquele de cor de caramelo?
- A ele, Bill Bob.
- Hã?
- O que você esperava de uma criança de cinco anos? - disse Jayke com um sorriso.
- Foi você que deu esses nomes?
- Sim. - ele soltou uma gargalhada.
Eu Comecei a andar como se não estivesse dentro do meu próprio corpo. Logo me lembrei de casa, logo me lembrei de Helga e aquele conforto momentâneo passou.
Ao chegar à porta comecei a pensar em como eu poderia ter feito aquilo… Roger iria me matar se descobrisse aquilo. Como eu podia estar com três garotos, que conhecia a menos de dois meses? E Helga? Porque eu sempre vou pelo meu coração e não pela minha cabeça?
_ Não!Não posso foi uma má idéia Jayke. Vou voltar pra casa! - eu estava tropeçando com minhas próprias palavras.
_ Que? Não? Você Não pode ir.
_ Eu tenho que ir e Helga e Roger… Ai se Roger descobrir eu estou ferrada!
_ Ih, ela surtou. - disse Kevin.
Infelizmente acho que Kevin tinha razão. Realmente eu tinha pirado de vez! Eu estava em um trem desgovernado e precisava saltar antes que o pior acontecesse.
_ Não entendo você! Você disse que estava feliz de estar aqui. - disse Jayke.
_ Sei como é ás vezes também não me entendo. - Arrepiei.
_ Melody – ele pegou na minha mão, senti meus pelinhos do braço arrepiarem novamente, ele lançou um olhar de suplica… Fixei os olhos em sua boca rosada ela se mexeu suavemente - Por favor fique!
_ Mas… Se alguém descobrir…
_ Melody olhe em volta, só a nos aqui. Você não vai contar a ninguém e eu também não. - Ele olhou para seus irmãos. - Tenho certeza que os patetas ali também não vão querer contar nada.
_ Mesmo assim Jayke o que eu vou dizer para o Roger.
_ Vamos telefonar pra ele.
_ O quê?
_ Não confia em mim?
_ Tenho outra opção? - disse olhando pra eles.
_ Não. - responderam todos.
_ A droga!
Jayke me pegou pelo braço e Kevin me empurrava para entrada da porta. Entramos e a sala dele era magnífica. Havia uma janela enorme de madeira indo em direção ao seu jardim, os moveis eram daqueles bem moderninhos. Cadeiras giratórias, mesa, e escrivaninha preta. Era simples e sofisticado.
_ Porque não se senta? - disse Léo.
_ Senta ai Melody, e sinta-se em casa. - ele me levava em direção ao sofá.
_ To bom recepcionista – dei um soquinho no braço dele. Ele sorriu. Jayke e Kevin tinham ido ao outro cômodo da casa. Jayke aparece novamente na sala com um telefone sem fio na mão.
_ Então Sr. Gonçalves… Há algum problema de sua sobrinha passar a noite aqui. Eu ficaria honrado. - Gonçalves? A não era meu tio… É agora que ferra! - Ah, é mesmo! Incomodo imagina senhor.
_ Jayke o que você ta fazendo? - sussurrava desesperada. Ele colocou o dedo dele na boca insinuando para que me calasse.
_ Dá aqui esse telefone.
_ Não, espera.
Peguei o telefone da mão dele. Ele me puxou de volta. Agarrei o telefone cruzando os braços, ele colocou seus braços sobre minha cintura na tentativa de fazer desistir daquela guerra!
_ Me dá Melody, dá aqui esse telefone. - disse ele ainda tentando puxar o telefone de minhas mãos.
_ Não ta doido. - disse sussurrando. - Olhei em direção ao sofá Léo e Kevin começaram a rir.
_ Melody, devolve agora! - ele gritou.
Ele começou a puxar minha blusa moletom, e eu lançava tapas e cotoveladas para todos os lados possíveis. Ele não tinha nada que falar com o Roger e eu muito menos… Apesar disso estava feliz de ele não conseguir tirar o telefone da minha mão… Tudo bem, não estava feliz por causa disso e sim porque ele se importava comigo.
Por fim ele conseguiu tirar o telefone de minhas mãos e Léo havia me imobilizado minhas mãos para trás.
_ O que está havendo ai? – Roger disse.
_ Nada senhor, meus cahorros são muito barulhentos.
_ Cachorro? – eu falei com raiva. E Léo tampou minha boca.
_ Então, Melody pode passar a noite aqui? Porque já esta escuro e meio tarde para ela ir para casa.
_ Tudo bem então...
Ele já havia desligado.
_ Porque fez isso? – disse livrando-me das mãos de Léo.
_ A sei lá porque foi divertido.
Dei um pequeno tapa nele.
_ A qual é? – ele retrucou meu tapa. – Não disse para confiar em mim?
_ É.
_ Mais isso não significa que você pode comandar minha vida. Você concorda Léo.
_ Concordo com tudo que você disser gata. – Léo meu abraçou por trás.
_ Viu?
_ Léo para de agarrar ela e pega um filme para nós assistirmos. E você Kevin prepara umas pipocas e essas coisas para comermos.
_ Ciumento. –Léo disse no meu ouvido.
_ Eu vou ajudar o Kevin. – disse mais do que depressa.
_ Pode ir.
Fui com Kevin porque o clima tava mais do que tenso depois que o Jayke viu o abraço de Léo comigo.
_ Fica a vontade Mel, pode pegar coisas lá na geladeira e tem mais coisas naquele armário ali do canto. – Kevin disse bem humorado.
_ Esta bem.
Peguei alguns salgadinhos como Ruffles e Doritos. Abri a geladeira e peguei uma coca. E Kevin já havia posto pipoca no microondas.
_ E ai que filme você gosta de ver?
_ A nem vejo muito filmes.
_ Mais você curte terror?
_ Um pouco.
_ Ta bom pela sua cara vi que não muito.
Eu ri.
_ Já assistiu 2019 O ano da extinção?
_ Não.
_ Então é muito legal, e não é um filme muito pesado. Quer assistir ou prefere outro?
_ Tanto faz.
_ A ta bom. Jaykeeeeeee – gritou – Coloca 2019.
_ Tem certeza que a Mel vai gostar? – ele gritou do outro lado.
_ A sei lá.
Jayke chegou na cozinha e disse:
_ Kevin melhor não...
_ Ta ok então.
_ Que tal Duplex?
_ Ta bom.
Fui até a sala lá eles tinham puxado o sofá cama e lá sentamos todos juntos e ficamos assistindo o filme. Eu evitava olhar para Jayke mais ele estava muito perto de mim encostado em meu corpo. E em uma parte do filme ele segurou a minha mão e ficou ali me encarando. E eu com certeza estava com as bochechas rosa E só encarava a tela que havia em minha frente. Era fato eu sentia alguma coisa por Jayke.